9 setembro 2020

GLP-Auto: entenda o que é e porque está proibido no Brasil

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Muito popular no Brasil até a década de 1990, hoje o uso de GLP em automóveis é proibido no país ㅡ porém, na Europa, o uso não só é liberado, como algumas montadoras já instalam esse combustível em carros 0km.

Estima-se que, atualmente, existam mais de 3 milhões de automóveis movidos a GLP-Auto na Europa. Na França, por exemplo, os proprietários desses carros possuem diversas vantagens. Desde vagas preferenciais de estacionamento, até isenção total na taxa de licenciamento.

Separamos algumas informações para que você conheça um pouco mais sobre o GLP-Auto, além de entender o motivo dele ter sido proibido no Brasil. Confira!

Entendendo o GLP-Auto

Um dos combustíveis alternativos mais importantes, o GLP-Auto pode ser usado como carburante e normalmente substitui a gasolina. Como não precisar de nenhum aditivo em sua composição, seu valor acaba sendo bem inferior aos outros. A título de comparação, o custo anual de automóveis GLP é de 1.162 euros, enquanto os que usam gasolina é de 1.932 euros. Por isso, está já é uma grande vantagem para o usuário.

Além dessas vantagens que o combustível possui, algumas outras podem ser citadas:

  • Segurança: comparado com outros tipos de combustíveis, o GLP-Auto possui temperatura de ignição maior, por isso, há diminuição de riscos de incendiamento do veículo.
  • Funcionamento do motor: facilita o funcionamento do motor quando ele está frio. Além disso, proporciona um trabalho mais suave e silencioso.
  • Abastecimento: com o GLP-Auto, o abastecimento do veículo torna-se mais limpo. Isso porque a quantidade derramada pela pistola após o processo é muito pequena.

Proibição no Brasil

De acordo com a Lei 8176 de 1991, a utilização do gás é um crime contra a ordem econômica. Isso significa que seu uso vai em desacordo com as normas legais, com pena de detenção de um a cinco anos. Porém, desde 2019, um projeto tramita na Câmara dos Deputados para revogar a limitação para uso de GLP em motores em geral.

O autor da proposta alega que a proibição surgiu em um contexto de contenção do consumo de derivados do petróleo. Segundo ele, isso foi provocado pela invasão do Kuwait pelo Iraque, o que hoje não faz mais sentido.

“Passados quase 30 anos, o cenário atual registra aumento substancial da produção interna de petróleo e considerável independência do GLP importado”, afirmou o deputado Felício Laterça (PSL-RJ), na apresentação da proposta.

O Projeto de Lei já foi aprovado na Comissão de Minas e Energia da Câmara Federal. Porém, desde novembro de 2019, aguarda aprovação na Comissão de Constituição e Justiça.

O histórico do GLP-Auto em terras brasileiras

Segundo uma matéria da Folha de São Paulo de março de 1998, que fez o último levantamento do qual se tem notícias, 25 mil veículos no município de Irecê (BA) ainda utilizavam o GLP como combustível, mesmo após a sua proibição. Isso acontecia muito frequentemente pelo fato das pessoas realizarem adaptações caseiras do gás que tinham em casa para o que precisava ter no automóvel, na intenção de economizarem dinheiro.

O problema é que, por não possuírem instalações profissionais, muitas vezes esses tanques adaptados causavam grandes estragos. Exemplo disso foi a explosão de um carro em 2015 no Mato Grosso do Sul ㅡ 17 anos depois da proibição pelo Código de Trânsito Brasileiro.

Em decorrência de situações como essas, em 2017 o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) reiterou na resolução nº 673 que o GLP-Auto só pode ser utilizado em empilhadeiras. Em caso de desobediência, o motorista pode perder 5 pontos na CNH, além de multa de R$ 195,23, visto que a infração é considerada grave.


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